Explode, coração - Salgueiro - Coleção Cadernos de Samba

‘Quando falar do Salgueiro, vê se fala certo: Vê se não tem salgueirense passando por perto...’

Não me levem a mal, mas no mundo do samba ninguém teve a ideia de fazer uma advertência musicada como essa (a autoria, no entanto, é melhor que permaneça oculta). Ela é a cara da Academia, “nem melhor nem pior; apenas uma escola diferente”, cuja comunidade, já na década de 1930, impunha admiração e respeito. Tanto é que o legendário cronista Vagalume, que sabia das coisas, referia-se ao Morro de Salgueiro como “O Bamba dos bambas”. Era o morro de Antenor Gargalhada e, principalmente, de Deocleciano Paranhos, o Canuto, frequentador de Vila Isabel, considerado o melhor sambista por ninguém menos que Noel Rosa, de quem foi mestre e parceiro. E foi o morro de tantos outros grandes que vieram depois. Este livro, então, vem reparar algumas lacunas. Como a da não inclusão da Academia entre as quatro escolas que em 2001 receberam a Ordem do Mérito Cultural. Chega em boa hora. Confiram só. Leonardo Bruno fala certo!