A UNIVERSIDADE DESCONHECIDA

Roberto Bolaño se tornou um fenômeno mundial graças aos seus romances, em especial 2666 e Os detetives selvagens. No entanto, o autor chileno sempre se viu, em primeiro lugar, como um poeta. Escrevia versos desde cedo, em sua adolescência no México, onde se aliou a outros jovens sem rumo e formou o grupo "infrarrealista".
Em A Universidade Desconhecida, Bolaño compilou e ordenou poemas redigidos da juventude à maturidade. Mas só depois de sua morte é que o livro veio à luz. "Na formação de todo escritor, existe uma universidade desconhecida que guia seus passos", escreveu. "Ela não tem sede fixa, é uma universidade móvel, mas comum a todos."
A Universidade Desconhecida é muito mais do que o embrião de suas grandes obras. Os poemas aqui não apenas complementam a visão de mundo do autor, mas sobrevivem por conta própria pela sua dicção única, seu senso de melancolia, suas imagens apocalípticas e uma dolorosa solidão.

"Bolaño é o poeta do exílio e da aventura. Exílio do Chile, da América Latina, da sua geração – dizimada pelas ditaduras latino-americanas dos anos 1970. Aventura da estrada, da amizade, do amor, da literatura. Seu lirismo e seu humor, de fundo trágico, são os de quem sempre esteve preparado para morrer." – Fabrício Corsaletti

"Chegar à poesia de Roberto Bolaño é chegar a uma cidade desconhecida e reconhecê-la. Ela não só condensa e espelha muito de seus romances como parece ser o ponto onde tudo começa: laboratório de escrita no qual uma espécie de poeta despreocupado e feliz mexe com o que há de mais poético." – Marília Garcia