Trilogia do reencontro

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No verão de 1975, integrantes de uma associação artística se reúnem para um vernissage. Ao caminharem pelos corredores da exposição, amigos, casais e desafetos observam não apenas as obras, mas também a si mesmos. Moritz, o diretor do grupo e curador da mostra, que pla-neja abri-la ao público em seguida, tem como empecilho Kiepert, membro importante da associação que pretende impedir a estreia. Essa intenção, embora justificada pela crítica à curadoria, na realidade mais parece ser motivada por razões pessoais.

Partindo dessa premissa dramática, bem como da observação das telas dispostas na mostra (sobretudo pinturas pertencentes ao chamado realismo), Trilogia do reencontro tematiza as inter-relações (ou a ausência delas) de indivíduos mergulhados em suas próprias subjetividades, espelhando assim a fratura dos vínculos pessoais e afetivos de um setor intelectualizado da classe média.

Inspirada em Os veranistas, de Maksim Górki, a peça coloca, ainda, a questão das representações, isto é, das realidades oferecidas pela pintura, pelo teatro, pela fotografia e pela literatura, como seu mote central, construindo, a partir dos diálogos entre os personagens, um tratado filosófico sobre arte e, sobretudo, sobre os realismos.

Inédita no país, o público brasileiro passa a ter à disposição um dos textos inaugurais do teatro pós-dramático e da dramaturgia de Botho Strauss que, não obstante o papel que representou para o teatro contemporâneo, ainda permanece quase desconhecido no Brasil.