"O livro "O psicótico e o psicanalista", escrito na entrada do século XXI, revela o retrato de um psicanalista decididamente vivo e preocupado com a política da psicanálise, especialmente no que toca aos ataques sofridos pelos defensores do cientificismo e higienismo contemporâneo. Borie era um clínico que tentava se aproximar o máximo possível das palavras dos sujeitos que conheceu em sua prática, ainda que se perguntasse como tratar daquele que sofre do real da língua por meio da própria língua. Segundo ele, em seu livro, trata-se de apostar no impossível para abrir o campo de possibilidades, permitindo ao psicótico encontrar uma saída por meio de suas invenções.
Borie passou sua infância em Saint-Étienne, onde foi marcado por seus estudos com padres jesuítas, pelo gosto do saber e das ciências humanas em sua versão greco-latina. Em seus estudos na faculdade de psicologia, dizia com ironia que os ensinavam que a linguagem era um meio de comunicação dentre outros, como o trem e o avião..."
