ATO ANALÍTICO E AFIRMAÇÃO DA VIDA

“De que vale chegar ao final de análise, descolar-se de sua fantasia, deixá-la cair e colar-se no real de objeto-dejeto que se é? Não dar um passo a mais seria sucumbir ao resto e não fazer nada. […] É preciso o entusiasmo, Lacan espera um entusiasmo no fim. Chegar ao fim da análise e saber que há uma vida que vale a pena ser vivida é um caminhar não como resto — o que seria um arresto de vida —, mas com entusiasmo, com a esperança que não espera para fazer a boa hora. […]

A vida é tão rara, e tem pressa, diz a música ‘Paciência’, de Lenine. E espera de nós coragem. A vida nos tempos do coronavírus — com seus índices de vacinados, contaminados, mortos, anticorpos neutralizantes etc. — espera de todos um índice-desejo, único índex que serve a um analista. Soltar a voz nas estradas e nos livros. Ter coragem e trabalhar pela pulsão de vida. É nossa aposta e nosso campo, o lacaniano.”