Em O que animais nos ensina sobre política, o filósofo canadense Brian Massumi discute a questão do animal a partir de uma ética inusitada. Noções como brincadeira, simpatia e criatividade, desprezadas pela biologia evolutiva, pela ciência do comportamento animal ou pela filosofia, aqui estão diretamente incorporadas ao conceito de natureza. Como resultado, a investigação se expande, cobrindo não só o comportamento animal, mas também o pensamento animal e sua distância ou proximidade em relação a qual monopólio e pêlos humanos reivindicados: uma consciência lingüística e reflexiva. Para Massumi, humanos e animais existem num continuum. Compreender tal continuum, mesmo levantando as diferenças, requer uma nova lógica, para dar “inclusão mútua”. O autor encontra recursos conceituais para tal lógica, não a obra de vários pensadores, como Bateson, Bergson, Simondon, Ruyer e Whitehead. Para tratar ou ser humano como animal, Massumi desenvolve ou concebe uma política animal. Não se trata de uma política animal, mas de uma política integralmente animal, liberada das conotações de "estado de natureza primitivo" e de duas suposições correlatas sobre o instinto, que permeiam o pensamento moderno.
